"Quando pensamos numa dupla, num casal, existem coisas tangíveis, materiais. Por exemplo enriquecer, ou administrar despesas, divisão de tarefas. Existem muito mais coisas intangíveis, não materiais. Por exemplo o tal do famoso amor (o encontro e a tolerância dos defeitos quase sempre não tolerados!) , a educação dos filhos, a sexualidade, a amizade… Mas existe um outro plano mais sutil que trata da ” representação do entorno “. Mostra-me o teu marido e dir-te-ei quem és, ou talvez, quem já fostes um dia? Revela-me a tua esposa e saberei muito de ti.
Nossas escolhas e nossas companhias íntimas costumam ser gigantescas janelas escancaradas para gritar o que somos la dentro dos recônditos das nossas almas.
Nossas companhias podem ser o eco de luzes íntimas, ou de trevas carentes e sequiosas, necessitadas de consciência. Passei a prestar atenção muito recentemente nesse ângulo das descobertas humanas, íntimas e inspiradoras. O que a sua companheira fala de voce, sem nada precisar dizer, mas que tudo conta através dos seus valores, comportamento, diálogos, visões de mundo, atitudes ? E o que o seu companheiro segreda de voce, também sem nada precisar falar de voce? mas ao se mostrar ao mundo, ao seu lado, ele esta contando partes de luz e de trevas de algo verdadeiro da sua legítima alma.
Por fim analiso, este casal apresenta : 1) Um valor dignificante mais elevado como casal? 2) é neutro? 3) uma resultante inferior ao individual de cada um ? Quem tira o brilho, quem agrega luz, quem passa neutralidade ? como se numa estratégia que usamos em marketing, chamada de ” co brand “, colocar duas marcas juntas, por exemplo Coca-Cola e McDonalds; saber se isso amplia o valor percebido desse casal, ou retira valor, banaliza. A reputação de uma dupla, de um casal, isso fala e gera uma “sinergia ” aspiracional no entorno social daquela dupla, ou instiga muito mais uma ” alergia ”? Existem valores intangíveis inumeráveis numa associação, nas duplas, nos casais, uniões, casamentos e mesmo no mundo corporativo, nas ”joint venture“. O que lidera o valor intangível de um casal, seja ele qual for?
Seria sensato nos questionarmos: se desenvolvemos uma honesta análise nas nossas escolhas de parcerias íntimas, movidos pelo padrão de qualidade iluminada, ou pela cegueira angustiante das nossas fraquezas e ausências de luz?
Mas, algo poderia adiantar: ”se voce não gosta da sua mulher ou do seu homem, ou da sua sociedade, olhe para dentro de voce mesmo, voce esta vendo do lado de fora o eco de uma fraqueza revelada e insuportável. Se voce, ao contrário amplia a admiração pelo outro, veja ali o espelho de boas luzes interiores, ou afinidades convergentes."
Assisti associações de grandes grupos empresariais fracassarem por terem integrado muito mais o ”dark side” das forças, do que o melhor que tinham a oferecer. Isso vale para tudo na vida. Não adianta reclamar, somos o começo, o fim e o meio, como dizia Raul Seixas.
O que anda liderando as suas decisões de parcerias?"
José Luiz Tejon Megido, exame.com
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